segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Paraty com emoções fortes

Falando de sexta e sábado. Os dias foram intensos, o tempo foi para ouvir e conversar, a narrativa ficou de lado.

A sexta-feira foi ocupada com o workshop com o Bob Wolfenson, mestre das fotos de moda, campeão no quesito capas da Vogue, Roling Stones, Playboy e muitas outras revistas. Wolfenson falou bastante sobre o seu último trabalho autoral, "Apreensões". E mostrou um pouco de toda a sua carreira. O mais legal foi compreender mais sobre o sistema de varredura, que com muitas fotos e uma ajuda do Photoshop resolve uma questão crucial: permite ampliar em tamanhos muito grandes com uma ótima qualidade de impressão.

Depois, foi a vez de ver o mundo de uma forma peculiar com o italiano Olivo Barbieri. Usando a técnica do foco-seletivo Barbieri mostra como somos pequenos. Ele fotografou Roma, Las Vegas, Los Angeles, Shangai, Florença todas de uma maneira que o mundo parece nada mais do que uma grande maquete. É muito interessante, provoca. Entretanto o excesso de imagens para o pouco tempo de fala me deixou um tonta, realmente pareceu uma Volta ao Mundo em menos de 180 minutos. Quer ver o mundo pequenininho? http://www.olivobarbieri.it/

No sábado rolou um fato super ruim aqui, mas não vou falar disso, quem quiser ver clica: http://paratyemfoco.com/blog/2010/09/o-fotografo-norte-americano-jay-colton-morre-no-brasil-5/

Enfim, segue ao passeio. No sábado o pessoal da agência holandesa Noor apresentou seu trabalho. Os caras conseguiram formar um coletivo que registra especialmente mudanças climáticas e temas relacionados aos direitos humanos com muita qualidade. Kadir van Lohuizen, um dos fotógrafos da agência que estava aqui em Paraty apresentou um trabalho sobre o circuiuto que o diamante faz desde a África até o pescoço das madames nas grandes metrópolis. A crítica intrínseca nas imagens é o mais belo do trabalho. Pra quem quer ver: www.noor.com

O resto do dia foi para ajudar a montar as máscaras que foram criadas pela fotógrafa Marlene Bergamo no projeto "Persona". Estávamos todos fantasiados de Robert Capa, Breson, W. Eugene Smith, Diane Arbus. Era um passeio de ilustres por Paraty. Foi divertido.

Domingo começou com a narrativa de Amyr Klink. O navegador e inventariante, como foi chamado pela organização do Paraty Em Foco, contou um pouco das suas tantas viagens e de como o registro fotográfico, ou a falta dele foi muito mudando a história dos registros das expedições para conquistar os Pólos. Amyr tem uma vida tão doida que não adianta, ouví-lo sempre vai ser faciante. Depois da palestra fiz uma foto dele com a câmera antiga que tenho, ele ficou todo interessado querendo saber que tipo de filme usava, etc... espero que a foto tenha ficado boa.

A tarde foi emocionante com as fotos de Alejandro Chaskielberg. Outro cujo trabalho se revelou muito mais intrigante depois de descobrir mais a respeito. Alejandro além de ser um ótimo fotógrafo, foi somente músico, violinista, durante 4 anos. O trabalho dele sobre o interior da Argentina, na região de Entre Rios é absurdamente bonito. Vale a pena ver: www.chaskielberg.com

E ai o fotojornalismo morreu de novo. Foi a vez dos coletivos, Garapa, Cia de Foto, de João Wainer, da Galeria Experiência, Dirceu Maués e Egberto Nogueira. Todos com materiais interessantes para contar. E a discussão em torno da falência do fotojornalismo vai longe. Poderia durar uma noite inteira. A Cia de Foto apresentou o filme que fizeram para a Brastemp, eu tinha visto antes de sair de Porto Alegre e agora descobri porque me encantou tanto. Ver o centro de São Paulo refletido num "chão" de espelhos é lindo. Será que o fotojornalismo não está escondido no trabalho destes todos? Vai saber. No ano que vem tem mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário